sexta-feira, 31 de outubro de 2014


É peculiar a todo(a) Passionista o voto de Promover o Culto e a grata memória da Paixão de Jesus e, é “este voto que exprime o fim específico do Instituto e dá inspiração e unidade à sua vida” (RC II,13).
Em virtude deste voto a meditação da Paixão de Jesus é uma constante em nossas vidas com a busca da imitação das virtudes de Jesus Crucificado.
Buscaremos, portanto, trazer textos que auxiliem na meditação da Paixão de Jesus, sobretudo textos presentes na Liturgia das Horas próprio da Congregação da Paixão. Que esta meditação nos dê a graça de, como diz o nosso Santo Pai, São Paulo da Cruz, “trazer impressa em nossos corações, como selo de amor, os sofrimentos do Salvador”.

A ferida aberta no lado de Cristo é a porta da vida
Ludolfo, o Cartuxo

Devemos conformar a nossa vontade à vontade de Deus. Em todas e sobre todas as coisas devemos aceitar a vontade de Deus de modo que, retribuindo amor com amor, possamos penetrar até o coração de Cristo através da chaga de seu lado. Aí, uniremos ao seu todo o nosso amor e, da mesma maneira como o ferro incandescente, também o nosso amor se fundirá com o amor divino.

Sim, o homem deve fundamentar e orientar todos os seus desejos a partir de Deus, no amor de Cristo; deve conformar todo o seu querer à vontade divina através desta ferida de amor que Jesus recebeu dos homens, na cruz, quando o dardo de um amor invencível trespassou o seu coração, mais doce que o mel...
 Lembre-se, portanto, o homem, do amor infinito que Cristo nos demonstrou quando se deixou trespassar pela lança, oferecendo-nos, dessa maneira, um largo caminho de acesso ao seu coração.

Apresse-se o homem a entrar no coração de Cristo; e, recordando os eu exemplo, recolha todo o amor de que é capaz para o unir ao amor divino. Considere também o homem a grande caridade que Cristo teve para conosco, deixando derramar por nós, do seu lado aberto, os sacramentos que nos permitem entrar na vida eterna...

Jesus, que deixastes que trespassassem o vosso lado com a lança fazendo dele brotar sangue e água, feri o meu coração com a lança da caridade, a fim de que eu me torne dignos dos vossos sacramentos que nasceram desse santíssimo lado. Abrindo-o, Senhor, abristes para os vossos eleitos a porta da vida. Esta é a porta por onde entram os justos. Não Vos lembreis, Senhor das minhas culpas; não me fecheis, por sua causa, a entrada que preparastes para os pecadores arrependidos...
Levanta-te, então, tu que amas a Cristo; sê como a pomba nas fendas dos mais altos rochedos. E ali, como o pássaro que encontrou o seu abrigo, não deixes de vigiar; como a rola protege os teus filhos, nascidos de um amor tão puro, e aproxima a tua boca para beberes a água das fontes do Salvador.


Fonte: Liturgia das Horas próprio da Congregação da Paixão, extraído do Texto latino E. Kerberg, pp. 665-666