Caridade de São Paulo da Cruz para com o próximo
I. Consideremos que o nosso Santo vendo no próximo a viva imagem de Deus, o amou sempre com o mais terno amor. Ensinado pelo Discípulo predileto que uma caridade privada de obras, é uma planta estéril, Paulo à semelhança do seu apaixonado Redentor, acorria solícito onde percebia maior necessidade de seus irmãos e oprimidos, os defendia; aflitos, os consolava; nús, os recobria; restaurava os famintos; servia os enfermos; assistia os agonizantes; em suma cumpriu exatamente o divino preceito “Reparte com os famintos o teu pão; recolhe em tua casa os pobres e os peregrinos; se vir um nú, cobre-o e não despreze a tua carne”. Redentor amantíssimo, verdadeiro Deus, caridade essencial, pelos méritos de vosso servo, dai-nos entranhas de misericórdia para com as necessidades e misérias alheias, e fazei que reconhecendo - Vos em nossos semelhantes, feito pobre por nossa salvação, usemos sempre para com eles, com palavras e obras, aquela caridosa compaixão, que Vós mesmos nos ordenastes.
Pai Nosso
II. Consideremos como o zelo pela salvação das almas, primeiro efeito da verdadeira caridade, acendeu ardentemente o coração de Paulo. Este verdadeiro amante de seus irmãos, que errantes pelos negros caminhos da culpa, todo pressuroso do seu retorno nas sendas da graça, os chamava a si, convidando-os com as mais férvidas orações.
E quando vinham a ele, acolhia-os com afabilidade e doçura admiráveis; e se tardavam andava ao seu encalço, todo ansioso por rendê-los à penitência. Aumentava as suas indústrias à medida que percebia os mais obstinados e perdidos atrás do erro e do vício, buscava mais com as lágrimas que com exortações de acabar com a sua obstinação; e não desistia da sua santa persistência, até que não houvesse ganho as almas.
Ó Senhor piedosíssimo, pelos méritos de vosso fiel servo, dai-nos um coração todo propenso à compaixão pelos pecadores, para que interessando-nos com a sua regeneração, possamos ao menos com a oração, e conselho, trabalhar para sua eterna salvação.
Ave Maria
III. Consideremos que a caridade em São Paulo da Cruz foi o foco, que acendeu o seu zelo, este foi, pois, a chama bendita, que consumiu a sua vida. No ver inumeráveis almas que, privadas por sua culpa, do fruto da Paixão do Redentor, perdiam-se eternamente, exclamava com o Apóstolo: “Tenho grande tristeza e contínua angústia no meu coração”. Porém, não satisfeito de suspirar diante de Deus, ocupava-se com todo empenho, e quase esquecido de si mesmo, em procurar a sua salvação. Era assíduo no pregar a penitência, corajoso em afrontar os incômodos, trabalhos e perigos, com aquele heroísmo de engenhosa caridade, que está sempre pronto a qualquer sacrifício. Este heróico zelo confunde profundamente a nossa fria insensibilidade!.. Nós ao invés de zelar pela salvação do próximo, com o nossos maus exemplos, damos-lhe ocasião de se perder!...
Ó perdoai-nos, Senhor clementíssimo, não permitais jamais que, por nosso culpa pereça alguma alma, por Vós remida ao preço de tantos sofrimentos e de tão longo martírio.
Glória.
Oração para todos os dias da novena
Ó glorioso São Paulo da Cruz, que fostes na terra espelho de inocência e exemplar de penitência! Ó herói de santidade, escolhido por Deus para meditar dia e noite a dolorosíssima Paixão de seu Filho Unigênito e para propagar no mundo esta devoção com a palavra, com o exemplo e por meio do vosso Instituto! Ó apóstolo poderoso em palavras e obras, que passastes a vida a conduzir ao pés do crucifixo as almas transviadas de tantos míseros pecadores, lá do céu volvei os olhos para a minha alma e ouvi, propício, as minhas súplicas. Alcançai-me um amor tão grande a Jesus Crucificado que, meditando continuamente em suas dores, faça meus os seus sofrimentos, reconheça nas profundas chagas do meu divino Salvador a malícia dos meus pecados e nelas vá haurir, como em fontes de salvação, a graça de os chorar amargamente e uma vontade eficaz de vos imitar na penitência, já que não soube imitar-vos na inocência.
Alcançai-me também, ó glorioso Santo, a graça que, prostrado aqui aos vosso pés, mais particularmente e instantemente vos peço............. Impetrai à Santa Igreja, nossa mãe, a vitória sobre os seus inimigos, aos pecadores a conversão, aos hereges e, especialmente à Inglaterra, pela qual tanto orastes, o regresso à Fé Católica.
Finalmente alcançai-me de Deus uma boa e santa morte, para que um dia possa ir gozar convosco no céu por toda a eternidade. Assim seja.