Penitência de São Paulo da Cruz
I. Consideremos como Deus, que quer ver os seus eleitos conformes à imagem do seu Divino Filho, preparou São Paulo da Cruz para um extraordinário sofrimento. Com locuções internas, indicou-lhe as duras provas e os graves sofrimentos, que por seu amor, haveria de sustentar e, por essas locuções, acendeu nele um tão vivo desejo da Cruz, que correu em espírito a abraçá-la, para conformar-se ao seu Redentor Crucificado. Todavia Paulo era inocentíssimo!... E nós, pecadores, nos atemorizamos só de ouvir o nome de penitência, fora da qual não há salvação!... Ó apaixonado Redentor, pelos méritos de vosso servo, dai-nos o verdadeiro espírito de penitência, para que expiemos as nossas culpas e nos assemelhemos a Vós. Pai Nosso
II. Consideremos que a ardentíssima sêde de padecer levou o nosso Santo a dominar o seu corpo tão asperamente que o tornou um dos maiores ascetas dos últimos séculos. Passar as noites em longas vigílias de oração, dormir as poucas horas de repouso no duro pavimento, dilacerar-se com asperíssimos flagelos , extenuar-se com rigorosos jejuns, foram as preferências de Paulo na sua juventude. E em todo o período de sua santíssima vida, quem poderá dizer a quais excessos o levou o desejo de sofrer, para conformar-se ao Crucificado, seu Sumo Bem?... Esta penitência, tão austera, oh! Quanto condena a nossa delicadeza!... Ó Senhor, fazei que olhemos este corpo como inimigo da alma e pelos méritos do vosso Servo, concedei-nos tê-lo sempre sujeito ao espírito. Ave Maria
III. Consideremos finalmente o motivo que tornou amável ao nosso asceta tão extraordinária penitência. Ponderando como o Filho Unigênito de Deus foi abandonado por nós, pelo Pai a uma paixão e morte atrocíssimas, consumia-se de amor compassivo para com Ele. E como o amor é virtude unitiva, que transforma o amante no amado, assim, tão doce se tornava o sofrimento, para imitar o seu Bem Crucificado, que nele encontrava o princípio e a causa de toda alegria. Oh! Quanto é verdade que uma alma enamorada não é capaz de sofrer, porque o mesmo sofrimento pelo amado se lhe torna sobremodo amável. Ó adorado Redentor, pelos méritos do vosso amantíssimo servo, infundi também em nós este amor compassivo, que nos torne amáveis as tribulações, característica distintiva dos predestinados à Glória.
Oração para todos os dias da novena
Ó glorioso São Paulo da Cruz, que fostes na terra espelho de inocência e exemplar de penitência! Ó herói de santidade, escolhido por Deus para meditar dia e noite a dolorosíssima Paixão de seu Filho Unigênito e para propagar no mundo esta devoção com a palavra, com o exemplo e por meio do vosso Instituto! Ó apóstolo poderoso em palavras e obras, que passastes a vida a conduzir ao pés do crucifixo as almas transviadas de tantos míseros pecadores, lá do céu volvei os olhos para a minha alma e ouvi, propício, as minhas súplicas. Alcançai-me um amor tão grande a Jesus Crucificado que, meditando continuamente em suas dores, faça meus os seus sofrimentos, reconheça nas profundas chagas do meu divino Salvador a malícia dos meus pecados e nelas vá haurir, como em fontes de salvação, a graça de os chorar amargamente e uma vontade eficaz de vos imitar na penitência, já que não soube imitar-vos na inocência.
Alcançai-me também, ó glorioso Santo, a graça que, prostrado aqui aos vosso pés, mais particularmente e instantemente vos peço............. Impetrai à Santa Igreja, nossa mãe, a vitória sobre os seus inimigos, aos pecadores a conversão, aos hereges e, especialmente à Inglaterra, pela qual tanto orastes, o regresso à Fé Católica.
Finalmente alcançai-me de Deus uma boa e santa morte, para que um dia possa ir gozar convosco no céu por toda a eternidade. Assim seja.