sexta-feira, 13 de novembro de 2015



 Hoje celebramos a memória do Beato Eugênio Bolsilkov, bispo e mártir passionista. Com a realidade em que nos deparamos hoje, rezar e meditar a memória deste mártir nunca foi tão atual... Lendo as palavras que o Papa Pio XII em 1953 escreveu percebemos que a história se repete... Quantas vítimas, quantos mártires, quantos crucificados... Eis aí a nossa Memória Passionais...



Da Carta Encíclica «Orientales Ecclesiæ», de Pio XII, papa
(A.A.S. 45 [1953], pp. 8-9.14)

Permanecem fielmente unidos ao Romano Pontífice

   «[…] Sabemos que os filhos das Igrejas Orientais, […] perseveram com todo o heroísmo fiéis à sua fé; resistem aos inimigos do cristianismo com a mesma força invicta com que, em tempos idos, resistiram os vossos antepassados; elevam as suas orações ao Céu, embora não publicamente, mas pelo menos em privado; permanecem fielmente unidos ao Romano Pontífice e aos seus pastores; da mesma maneira, veneram, em forma privada, a bem-aventurada Virgem Maria, rainha amorosíssima e poderosíssima dos céus e da terra, a cujo Coração Imaculado todos consagrámos. Tudo isto é, sem dúvida, auspício de uma certa vitória no futuro; vitória, porém, que não deriva do sangue de homens em combate entre si, que não é alimentada por um desenfreado desejo de poder terreno, mas que se fundamenta sobre a verdadeira e legítima liberdade; sobre a justiça, praticada não só com palavras, mas também com as obras, para com os cidadãos, os povos e as nações; sobre a paz e a caridade fraternas, que a todos unem com os vínculos da amizade e, sobretudo, sobre a religião que ordena rectamente os costumes, modera as aspirações particulares, colocando-as ao serviço do bem comum, eleva as mentes ao Céu e, finalmente, tutela o consórcio civil e a concórdia entre todos.
   Isto constitui objecto das nossas mais vivas esperanças; entretanto, porém, as notícias que chegam até nós são tais, que tornam mais acentuada a nossa dor. Dia e noite, nós, com paterna solicitude, elevamos o nosso pensamento e o nosso coração para aqueles que nos foram confiados por divino mandato, e que sabemos serem tratados, nalguns lugares, de uma forma tão indigna, que se tornam objecto de calúnias por causa da sua firmeza na defesa da fé católica, privados dos seus legítimos direitos, não excluídos, por vezes, aqueles mais intimamente ligados à vida humana e que se pretende impor com a violência, com o medo ou qualquer outro meio, a despeito da própria dignidade da natureza humana.
   Entre estas dolorosas notícias, nestes últimos tempos chegadas até nós, há uma, mais do que nenhuma outra, que, não só nos atingiu a nós e a todos os cristãos, como também todos aqueles que honram a dignidade e a liberdade dos cidadãos; entendemos referir-nos à Bulgária, onde existia uma pequena mas florescente comunidade de católicos, e onde uma terrível agitação provocou dolorosas feridas na Igreja. Deitando mão aos habituais métodos de acusação, foram imputados crimes públicos a ministros de Deus; entre estes, está o nosso venerando irmão Eugénio Bossilkov, bispo de Nicópolis, que foi condenado à pena capital, juntamente com outros três sacerdotes seus colaboradores no ministério pastoral. Além desses, muito outros já estão na cadeia ou se encontram nos campos de concentração, acrescentando a estes um grande número de católicos punidos de variadas formas, e, por isso, condecorados com a mesma palma e a mesma honra.
   […] Parece-nos oportuno que […] se façam instantes súplicas, não só para que se realize quanto antes o desejo do divino Redentor: Pai Santo, guarda no teu nome aqueles que me deste, a fim de que sejam um só como nós somos um (Jo 17, 11); mas também para que se abram as prisões e se soltem as cadeias que hoje afligem miseravelmente tanta gente por terem defendido heroicamente os direitos e as instituições da religião; e também para que a verdade cristã, a justiça, a concórdia e a paz, que são bens supremos de todos, triunfem em toda a parte […].»

Oração

   Senhor, que concedestes ao beato Eugênio, bispo, a graça de manter o seu povo na fé e na unidade da Igreja até ao derramamento do seu sangue, concedei-nos que, assim como ele não duvidou dar a vida por Vós, também nós sejamos fortes na confissão da fé. Por Nosso Senhor.