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1936 26 de novembro 2015
Madre Angélica, uma das Fundadoras, já no declinar de sua vida, fazendo memória de como tudo aconteceu, escreveu uma crônica, eis um trecho:
Um belo dia, a comunidade das Monjas Passionistas de Nápoles (Itália) recebeu uma inesperada visita; os visitantes eram: o Padre Cândido, o Provincial dos Passionistas de Nápoles Pe. Lucas, os quais acompanhavam o Bispo de Botucatu. Foram recebidos com muito prazer e alegria pela Superiora e Comunidade. O Bispo revelou junto aos Padres o motivo da sua visita que era o desejo de pedir, se fosse possível, algumas religiosas para uma fundação que desejava fazer no Brasil.
A Superiora radiante de alegria não só aceitou a proposta mas até falou: Excelência, a Comunidade toda está aqui presente, pode escolher livremente as religiosas que deseja levar para o Brasil.
Ele respondeu: invoquemos antes o Divino Espírito Santo, o que logo foi por todos invocado. Depois, ele apontou com o dedo as religiosas que queria, eram 8, uma porém não foi, porque os seus familiares não quiseram.
No número das 7 estava também eu incluída. A esse respeito, ouso relatar uma graça importante que recebi da infinita misericórdia de Deus. Quando o Bispo na escolha apontou a mim, não gostei, porque não me sentia disposta a ir tão longe assim e, contrariada falei: se é vontade de Deus! E eles responderam que era; mas isto não bastou porque sentia em mim uma grande revolta que durou até o dia seguinte. Na hora da Missa, pedi socorro a Deus porque não queria agir contra a sua vontade, mas, aquela revolta que sentia? Fiz a Santa Comunhão em honra de todos os Santos do Paraíso pedindo socorro e ajuda confiando na intercessão deles. Depois da Missa, oh! Maravilha! Que mudança! Aquela tempestade interior tinha desaparecido como por encanto! E em seu lugar, uma grande paz envolvia a minha alma unida a um ardente desejo de ir ao Brasil quanto antes; desejo tão firme que, apesar das tantas peripécias que acompanharam esta fundação, nunca me arrependi de ter vindo a esta bendita terra de Santa Cruz! Deus seja louvado!
Não é possível ler este texto sem deixar de imaginar e questionar como, nos nossos dias, nos comportaríamos diante de uma escolha dessas... de um chamado desses...
Somente a graça de Deus pode agir e tocar os corações a ponto de serem capazes de deixar tudo, a sua pátria para ir para um lugar novo, desconhecido, com tantas barreiras para superar (língua, cultura, clima, etc...). Uma atitude que atualmente classificaríamos como ir as Periferias...
Nossas 7 irmãs foram capazes de alargar o coração e dizer SIM. Sejamos nós, hoje, capazes de também dizer SIM aos apelos que o Espírito Santo nos pede...
Que Deus ilumine a tantas outras jovens para que também possam dizer o SIM e ter a coragem de entregar suas vidas pelo Reino!