quarta-feira, 9 de julho de 2014

09 de julho
Liturgia Própria da Congregação passionista

Dia da “Mãe da Santa Esperança”

Maria
é sempre Mãe de Esperança
(Da Mariologia do Beato Domingos da Mãe de Deus, presbítero – 2ª Leitura do Ofício das Leituras próprio da Congregação Passionista)

                Entre outros títulos que, com razão se atribuem à Bem-aventurada Virgem Maria, existe também este de “Mãe da Santa Esperança”. Com efeito, a esperança é uma virtude que, como se fosse uma âncora, mantém firme o barco da nossa alma no meio das tempestades deste nosso pobre mundo. É a consolação que nos resta depois da queda; é o alívio que nos sustém no nosso desânimo; é a força necessária para a prática das virtudes cristãs. A esperança é definida pelos teólogos como uma virtude sobrenaturalmente infusa, mediante a qual nós, com firme confiança, esperamos de Deus a vida eterna e os meios necessários para alcançá-la. Como Mãe da Esperança, Maria certamente a possuiu em grau heróico com toda a sua plenitude. Em vez de colocar a sua confiança nas pessoas e nas coisas deste mundo – como infelizmente acontece com os homens -, Ela colocou-a unicamente em Deus, nada mais esperando nem procurando senão a vida eterna e tudo o que a ela conduz.
                Este mundo, com tudo aquilo que nele se contempla e que constitui normalmente o atrativo dos desiludidos filhos de Adão, era para Ela como se não existisse. Para Maria, a terra era um deserto, de tal maneira que os próprios Anjos, como que surpreendidos pelo desapego do seu coração de toda a criatura, pareciam exclamar: Quem é esta que sobe do deserto, cheia de delícias, apoiada no seu amado?
A Virgem Santíssima, embora repleta dos dons mais excelsos e isenta da culpa original, nunca confiou nas suas próprias forças mas exclusivamente em Deus, de quem sabia ser Ele o autor de todos os bens e fonte de todo o dom perfeito. Mesmo no meio dos perigos e das perseguições, quando foi obrigada a fugir da sua terra natal, Ela nunca deixou de depositar em Deus a sua confiança; em Deus esperou também quando da morte do seu divino Filho e da dispersão dos Apóstolos; em Deus esperou quando surgiram as perseguições contra a Igreja nascente, terna permaneceu sempre firme em todas as vicissitudes, mesmo aquelas mais perigosas. Mais ainda: era Ela que ajudava os outros, os abatidos que a Ela recorriam como a uma mãe, que encorajava os pusilânimes; que estendia a mão benigna aos que caíam e animava os fortes a confiar sempre mais.

                E não julguemos que, atualmente, Ela se tenha esquecido de exercer esta função de piedade maternal. De maneira nenhuma. Também hoje, do trono celeste onde está sentada, continua a estender a sua mão materna para levantar os caídos; abre o seu regaço para lhes reanimar a confiança; vem ao seu encontro para animá-los e para se levantarem, como se lê na Escritura: Ela própria vai à procura dos que são dignos dela, pelos caminhos lhes aparece com benevolência e vai ao encontro dele em cada um dos seus pensamentos; encoraja os bons; implora para ele a força necessária nas adversidades, para que não sucumbam; anima os pastores e fortalece o rebanho de Cristo. Numa palavra, Maria mostra-se sempre, e para todos, como um autêntico farol de esperança, ou seja: é Mãe da Santa Esperança.

Oração: Senhor, que nos dais a alegria de honrar a Virgem Maria, Mãe da Santa Esperança, concedei-nos, por sua intercessão, que saibamos orientar a nossa esperança para os bens do alto, cumprir a nossa missão na cidade terrena e receber um dia os bens que a fé nos convida a esperar. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém.