quinta-feira, 16 de maio de 2013

Aconteceu...

Tivemos a alegria de comemorar com nossa querida Ir. Alaide suas bodas de Prata de Profissão Religiosa no dia 05 de maio. Segue abaixo seu testemunho vocacional e algumas fotos da celebração que gostaríamos de partilhar com todos!

Testemunho vocacional

Foi-me pedido para dizer alguma coisa sobre mim, não tenho grandes coisas para dizer, numa coisa me sinto feliz em dizer, sou igual a muitas jovens que já existiram e que existirão na face da terra.
Eis meu testemunho:
Desde criança sentia forte inclinação para o recolhimento, silêncio e oração, um desejo de trabalhar para minha salvação e salvação do meu próximo. Gostava de olhar o rio, a cachoeira, as plantas, sentia enternecida de olhar as flores. Gostava de estar na família, na escola, na comunidade paroquial, de me arrumar como as jovens da minha idade. Lia a Bíblia principalmente os quatro Evangelhos, os Salmos e também os livros sapienciais, biografia dos santos, gostava de vivenciar os conselhos evangélicos e os bons exemplos dos santos. Olhava para as imagens dos santos e ficava querendo entender  porque usavam aquelas vestes compridas e cada um com modelo e cor diferentes.
Certo dia, aos dezesseis anos, abri o livro “Caçador de almas” sobre a vida de São Paulo da Cruz na página em que havia estampas de alguns Santos Passionistas e entre as estampas estava a da Venerável Madre Crucifixa, Co-fundadora e primeira monja Passionista, senti um Impulso interior para abraçar aquele mesmo estado de vida o qual ela havia abraçado. E enquanto eu participava de um curso para catequistas um sacerdote disse que na clausura havia grades e cortinas que separavam as monjas das pessoas e eu disse interiormente: nunca vou para a clausura, vou viver minha clausura na casa de meus pais. De certa forma vivi mais ou menos como em uma clausura, o terreno da Igreja fazia divisa com o terreno de meus pais, nesse período de minha vida ajudei minha mãe a cuidar de minhas irmãs pequenas. 
Aos vinte anos trabalhei num comércio e depois alguns dias numa padaria (trabalhava mas sempre me sentia fora do lugar). Estando em casa ajudava nos trabalhos domésticos e costurava. Gostava de fazer muitas visitas ao Santíssimo Sacramento, não sei quanto tempo ficava. Namorei, porém quando estava perto do namorado sentia interiormente confusa e perguntava a mim mesma: é isso mesmo que eu quero? Sempre desejei algo que não passa e quando se casa há separação com a morte do esposo ou filhos. Pedi a Santo Antonio que me ajudasse a discernir e aquele jovem terminou comigo no dia que terminei a trezena em honra de Santo Antonio. Inspirada na Profissão religiosa que assisti de três jovens fiz, interiormente com elas, os votos de Castidade, Pobreza e Obediência por três anos e  não  disse nada a ninguém.  Decorridos esses três anos Deus me deu o selo da vocação. Foi difícil sair da família onde meu pai já estava com os cabelos grisalhos e havia crianças que necessitavam de serem ajudadas, mas confiando n’Aquele que  me dava
impulso interior, me lancei, dando os passos necessários: orientação do pároco, dos padres Passionistas, encontros vocacionais, entrosamento com as irmãs Passionistas. Após um período de oito meses que permaneci com elas, disse-lhes que me sentia atraída para viver na clausura das monjas que São Paulo da Cruz havia fundado. As Irmãs me ajudaram em tudo que precisava: fiz o supletivo do primeiro grau, deram-me enxoval, pediram para meus pais providenciarem os documentos solicitados para minha entrada no mosteiro. No mosteiro fiz um mês de experiência, a seguir postulantado, noviciado e juniorato. Esse tempo a comunidade oferece à vocacionada para um aprofundamento maior na vocação e experiência do carisma. No término deste período com o discernimento da comunidade fui  admitida a profissão perpétua. 
Tenho 52 anos dos quais 27 estou no mosteiro e, se antes tinha medo de fazer os votos e me sentir presa, após a emissão dos mesmos senti uma liberdade interior muito grande, confiante que Aquele que me chamou me sustentará até o fim na caminhada, sinto-me feliz e muito grata a Ele. Quando encontro dificuldades por pequenas que sejam ou mesmo saudades da família – porque ao abraçar a vida religiosa o amor fica mais purificado e os amamos em Deus –  então me apóio n´Ele e Ele me ensina a caminhar com segurança, apoiada na sua palavra e nas Santas Regras e vendo sua vontade nos acontecimentos diários.
Em Jesus e Maria,


Ir. Maria Alaide Elena da Imaculada Conceição, CP