segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Mensagem das Monjas Passionistas para o Santo Padre, o Papa Bento XVI

        Santíssimo Padre, nosso “doce Cristo na Terra”, Papa Bento XVI

 Permita-nos, V. Santidade, comunicar singelamente ao seu nobre, humilde e manso coração os nossos sentimentos a respeito de sua renúncia ao ministério de Bispo de Roma.

“Terminei a obra que me deste para fazer” (Jo 17, 4)

O que tivemos a graça e a alegria de ler e ouvir de V. Santidade, desde seu primeiro pronunciamento como Sucessor de Pedro, até os Documentos Pontifícios, especialmente Deus caritas est, Caritas in veritate, Spes Salvi e Porta Fidei, seus livros, sobretudo os três volumes de “Jesus de Nazaré”, de toda a publicação de L’Osservatore Romano em português;  o que pudemos ver de seus atos e atitudes, tudo aflora à nossa mente e o Espírito Santo nos assegura que V. Santidade não falou e nem agiu por si mesmo, mas conforme o que ouviu e aprendeu de Deus, na oração que o faz partícipe da comunhão do Filho com o Pai;  Ele mesmo lhe prescreve o que deve fazer. (cf. Jo 12, 49s) Da estreita união de V. Santidade com Deus em contínuo diálogo de amor vem a doutrina, as obras e o sofrimento de V. Santidade (cf. Jesus de Nazaré - Primeira Parte, Introdução)

Sem minimizar os sofrimentos de seu ministério, que é o bastante para debilitar fisicamente qualquer jovem super-homem, num primeiro momento, levadas pela dor lancinante da notícia, naturalmente – pelo grande amor que lhe dedicamos - teríamos desejado fosse apenas um pesadelo coletivo e que nada se concretizasse; tivemos ciúmes por V. Santidade, como Josué por Moisés. (Nm 11, 28s) Sentimos, contudo, que V. Santidade poderia, com Jesus, repreender-nos: “Afasta-te de mim, Satanás, porque teus sentimentos não são os de Deus, mas os dos homens.” (Mc 8, 33). Entendemos, afinal, que V. Santidade assimilou os sentimentos de N. Senhor Jesus Cristo: “Jesus de condição divina não se apegou ciosamente à sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo assumindo a condição de escravo, fazendo-se semelhante aos homens. E sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou soberanamente...” (Fl 2, 6-9) “... Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, assim façais também vós.” (Jo 13, 15)

Entendemos também que V. Santidade fez avançar consigo a Barca de Pedro para as águas mais profundas da vivência da fé inabalavel de que, na pessoa de Pedro – seja ele quem for – é o próprio Senhor Jesus quem dirige a Igreja e é  por isso que “as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mt 16,18)

Nós o amamos e admiramos imensamente, Santo Padre, e lhe somos eternamente gratas. Depois do Papa em exercício, as nossas orações serão em primeiro lugar por intenção de Bento XVI.  Jesus o conserve e o guarde no seu Coração transpassado! Nossa Senhora e São José estejam sempre a seu lado!

            De joelhos pedimos-lhe a benção apostólica.

     Suas indignas filhas do Mosteiro Santa Gema,
Osasco, São Paulo, Brasil

 Madre Fátima Cristina do Imaculado Coração e Comunidade