Vida Contemplativa:
Um chamado, uma missão!
Abraçar a Vida Contemplativa é sentir no mais íntimo o convite irresistível do Senhor de viver unicamente e exclusivamente com Ele, n'Ele e d'Ele e, não há como responder a este apelo senão pela adesão total da vida, num contínuo movimento de despojar-se para ascender a Deus.
O anseio da alma pelo Senhor é tal que Ele torna-se o Único Ideal; à semelhança do negociante do Evangelho, vende-se tudo para comprar a pérola preciosa (cf. Mt 13,44) ou ainda, como a mulher que quebra aos pés de Jesus o que ela tinha de mais precioso (cf. Mc 14,3) - no caso da Vida Comtemplativa : a própria vida!
Busca-se uma união exclusiva com o Senhor para configurar-se com Ele e sua oblação total: "Com Cristo, eu fui pregado na Cruz. Não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim". (Gl 2,19b-20)
A única tarefa da Vida Contemplativa é "deixar-se absorver por Deus", dizia o Papa Paulo VI. Desta adesão, na vida escondida com Cristo em Deus (cf Cl 3,3), transparece o sinal concreto da aliança feita de Deus com o homem e torna-se um sinal eloquente do convite da pessoa à comunhão com Deus, com o próximo, com a criação em geral, pois o ser humano traz dentro de si um germe que o motiva a não ficar fechado em si mesmo, mas abrir-se, ir ao encontro do outro e, este Outro, em primeiro lugar é o próprio Senhor: "Para mim, o que há no céu fora de vós? Se estou convosco, nada mais me atrai na terra! Mesmo que o corpo e o coração se vão gastando, Deus é o apoio e o fundamento da minh'alma, é minha parte e minha herança para sempre!". (Sl 72(73)25-26)