sexta-feira, 13 de maio de 2011

Neste mês especial, dedicado à nossa Mãe, recordamos hoje a Aparição de Nossa Senhora aos três Pastorinhos em Fátima; estamos celebrando a Novena de Santa Gema; lembramos o nosso querido irmão de hábito, o Venerável Galileo Nicolini. Que este "Santo Adolescente" interceda por nós e nos ajude a cumprir a nossa missão como passionistas. Obrigada ao Pe. Amilton por ter enviado o email, recordando-nos deste nosso querido irmão... Segue abaixo os traços biográficos do nosso venerável, retirado do site passionista: http://passionistas.org.br/secao.247.aspx?materia=21 

GALILEO NICOLINI
Um Santo Adolescente




Nascimento: 17 de junho de 1882
Profissão religiosa: 11 de maio de 1897
Morte: 13 de maio de 1897
Venerável: 27 de novembro de 1981


“Este não é um rapaz, mas um homem”, diziam maravilhados os operários, enquanto recebiam o pagamento. Já o conheciam bem: exato, vivaz, diligente. Alguém tinha tentado enganá-lo, mas ao invés de qualquer dinheiro a mais, tinha conseguido vergonha e confusão. O rapaz em questão, Galileo Nicolini, tinha somente nove anos. O Pai Luigi, empresário da construção civil e rodoviária, e a mãe Loreta Lucciola eram realmente orgulhosos; nos momentos difíceis pediam o seu parecer. Comprometiam-no como contabilista, secretário e conselheiro na gestão da empresa, que contava com cinqüenta operários. “Vocês me tiraram um tesouro” dirá Luigi aos Passionistas quando o filho entrara para o convento. Tinha crescido rapidamente Galileo. Vida brevíssima a sua. Morre, quando não tinha ainda quinze anos, todos dizem: “Morreu um santo”.


Com tantos adultos vence uma criança

Que coisa se pode dizer deste rapaz que encerra a experiência humana com quatorze anos? Muito, não obstante os pouquíssimos anos. Os adjetivos para ele se mutilam e não são verdadeiramente pleonásticos. Corajoso e intrépido, autoritário e volitivo, inteligente e cheio de senso.
Certos episódios que se referem a ele, seriam inacreditáveis se não fossem por testemunhos jurados. Alguns entre tantos: Na casa Galileo Nicolini há um almoço. Um senhor fala e desfala de Igreja e de religião, fazendo-se de doutor com o ar de quem sabe muito. Galileo estremece porque ninguém ousa intervir. Então ele, criança de oito anos, sobe em uma cadeira e enquanto todos o olham com a respiração presa, maravilhados pelo seu rosto indignado, congela o impudente hóspede: “O senhor é um mal educado porque faz certos discursos em nossa casa conhecendo os nossos princípios”. Um outro dia, ouve um orador cansativo tecer um elogio a anarquia. “Cale a boca ignorante, a anarquia é injusta”, intervém Galileo. E depois, para os mais curiosos tem um suplemento de instrução sobre a justiça social e a caridade cristã. Com onze anos, corajosamente chama a atenção de dois professores que no dia seguinte lhe teriam aplicado o teste escolar. Na sua presença, usaram linguagem não exemplar. Em seguida o pai Luigi oferece um almoço. Todos estão no bosque Nicolini. Um engenheiro, entre os convidados, se permite de construir um discurso com frases espirituosas, ironizando pelo fato de Galileo ter ido à aula de um religioso. O rapaz o reduz ao silêncio, com argumentos lúcidos e precisos, demonstrando que os religiosos e os seus discípulos podem ensinar também a qualquer engenheiro presunçoso, falaz e muito seguro de si. “Mesmo se pequenino, diz o seu professor, sustentava debates com pessoas adultas que ousavam atacar as máximas cristãs e o fazia de modo assim desenvolto e enérgico, que a parte adversária permanecia estupefata em ouvir respostas justas e cheias de senso, de um rapaz de apenas onze anos”.
Galileo inicia os estudos com quatro anos; com cinco já serve de secretário do pai e em condição de escrever cartas ditadas. Para ele se faz uma exceção e o admitem à escola municipal com oito anos, ao invés dos dez requeridos. É o menor, mas também o melhor. Em dois anos supera quatro classes. Frequenta a escola pública e também aquela privada mantida do conventual padre Pacifico Paolozzi. Para as provas de terça foi mandado ao ginásio de Viterbo. Na chegada é objeto de arrepios e desprezo acompanhados de profecias de um falimento solene. E ao invés, maravilha a todos pela sua excelente preparação. Assim (Viterbo), onde nasceu no dia 17 de junho de 1882, tem razão de dizer: “O filho de Luigi e de Loreta parece um advogado”.
Cresce também na bondade. Tem uma finíssima sensibilidade espiritual: estar na igreja, mesmo que por horas, não lhe custa. Infunde-se em longos colóquios com o Senhor, sem dar atenção aos sorrisos irônicos de alguns companheiros. Recordará uma testemunha: “De manhã quando se levantava ia à Igreja de Nossa Senhora do Piano fazer as devoções”. Às seis e meia o encontra “de joelhos com o seu livrinho e com um recolhimento especial”. No oitavário dos mortos, à idade de oito anos, muito antes da aurora, estava já na Igreja a cantar o ofício com os grandes. Enfrenta mal estar e sacrifícios para estar presente nas funções sacras. Começa a confessar-se com seis anos, com nove tem como confessor espiritual e diretor espiritual o conhecido franciscano Boaventura Ahern, que permanece sempre mais maravilhado dos seus progressos nas virtudes. Sedento de conhecer Deus, Galileo lê livros espirituais e faz perguntas surpreendentes e profundas. Uma ajuda extraordinária lhe é a oferta da prima Amábile, dez anos mais velha e que desde 1885 vive na mesma casa. A jovem piedosa toma um cuidado especial e o guia com amável afeto. A mãe Loreta dirá: “Na educação religiosa de Galileo, Amábile teve um papel de mãe maior que o meu”.
A família Nicolini é benfeitora dos passionistas e os hospeda muitas vezes em casa. Em fevereiro de 1894, os religosos pregam uma missão em Capranica. No dia 26 de agosto seguinte, com a presença também de Amábile, Galileo recebe a primeira comunhão na Igreja de Vetralla. Para preparar-se ao grande encontro fez dez dias de retiro com os religiosos. Participou de suas orações e à vida da comunidade edificando a todos. O religioso que o seguiu no retiro recordará: “Estar com ele era o mesmo que estar com um anjo”. Galileo volta pra casa, mas sentiu que sua verdadeira família será aquela dos Passionistas. Agora mais que nunca, é impenhado a ser bom. Cada dia dedica o tempo à meditação da paixão de Jesus. E os frutos são evidentes. Dirá o seu diretor espiritual em um testemunho jurado: “Era assim bem comportado em tudo, que se quisesse corrigí-lo, não poderia encontrar nada a corrigir, me parecia um anjo encarnado. Não caminhava pelas estradas ordinárias do espírito”.
O Senhor lhe fala, ele escuta atento e dócil. O futuro é claro. “Jesus na primeira comunhão, dirá Galileo, me fez conhecer que eu devo ser religioso passionista”. Ser sacerdote passionista se torna o seu objetivo, a sua única aspiração. Para desfazer todas as dúvidas, o confessor o aconselha fazer uma novena ao Espírito Santo, que Galileo vive na oração, na penitência e no jejum. Resultado o rapaz é sempre mais certo do chamado de Deus. Fala disso aos pais: a mãe fica surpresa; o pai e o tio Vincenzo se mostram notoriamente contrários. O pai, mesmo contra vontade, deve acompanhá-lo ao convento rezando de coração para que o filho não seja aceito. E acontece assim. É muito pequeno; a estatura e também o rosto de criança o fazem parecer menor do que é. Além disso, as normas não permitem acolher rapazes abaixo dos treze anos. Na verdade, todos são contra ele. O pai se fechou em um ressentido e cruel silêncio, a mãe é ainda perplexa. Eles o querem e o sonham engenheiro e dirigente da empresa.
Galileo, com apenas doze anos, sofre e reza ou afoga as mágos chorando; está decidido porém a seguir a sua estrada. Pelo desprazer perde o apetite e emagrece visivelmente. De vez enquanto volta a confiar as amarguras e desejos ao sacerdote passionista que lhe ministrou a primeira comunhão. São cerca de dez quilômetros de estrada que percorre a pé ou alugando um burro. Em janeiro de 1895, morre com somente vinte e três anos a amadíssima prima Amábile, atacada do mesmo mal que daqui a dois anos o levará embora também . Agora, o rapaz se confia também a ela e, sob sugestão dos passionistas, inicia uma novena a Nossa Senhora. Ao fim, a situação se desbloca. O pai, um dia, o abraça e lhe diz: “Se se sente chamado para aquela estrada, hoje mesmo termina toda a dificuldade eu mesmo farei o que for necessário”. E é um choro geral: ele, pela alegria de partir, os outros pelo desprazer da eminente partida.


“Não chorem por mim! Vou ao Paraíso”

No dia 5 de março de 1895, chega ao seminário de Rocca di Papa (Roma), onde outros rapazes como ele se preparam à vida passionista. Inútil dizer que lhe parece tocar o céu com um dedo. Ao invés, se sente já no céu. Escreve: “Não cesso de agradecer o misericordioso Deus o qual dignou-se de voltar sobre mim os seus olhares benignos... Nós estamos aqui em um pequeno paraíso terrestre”. Também de saúde está bem e anuncia: “Eu vim mais alto... Com grande maravilha vejo que, inacreditavel de dizer, cresci dez quilos”. No seminário é o rapaz de sempre: um dos melhores na escola, caridoso com todos, bom como um anjo. “Não notei defeito algum nele, não obstante que eu tivesse o encargo de escrutar bem a sua conduta”, dirá um religioso.
O comportamento é tal “de parecer um homem maduro e de incutir respeito e veneração”. “Recebeu correções, dirá um outro, mas somente para fazê-lo exercitar virtudes”. Toma como modelo São Gabriel de Nossa Senhora das Dores. “Ele se fez santo jovem e assim posso me fazer santo também eu”, propõe. Passa treze meses em Rocca di Papa e depois se transfere para Lucca para iniciar o noviciado. Comunica, jubiloso aos pais: “Eis-me finalmente preenchido! Desde muito tempo desejava estar no noviciado... e agora aqui estou com grandíssimo contentamento. Não tenho palavras para exprimir-vos os sentimentos do meu coração nestes dias felicíssimos, desde que iniciei aquela vida à qual de há muito aspirava ardentemente”.
Veste o hábito passionista no dia 9 de maio de 1896 e toma o nome de Gabriel (Mas para não confundi-lo com Gabriel da Virgem das Dores, será sempre chamado Galileo). O seu mestre de noviciado, Padre Nazareno Santolini, permanece encantado. “Apenas o conheci, dirá, vi neste uma pérola preciosa confiada a mim da parte de Deus e me senti afortunado de tê-lo no número daqueles que eu formei”. Admira neste, “uma grande maturidade de senso e solidez de espírito: de criança conservava somente a ingenuidade e a simplicidade”. Não faltam tentações e provas: a obediência incondicionada ao mestre o restitui à serenidade. De fato, escreveu: “Para ter a paz no coração e provar o paraíso na terra preciso viver em contínuo exercício da obediência, renegando a própria vontade para conformá-la àquela de Deus”. O mestre afirmará: “Que eu saiba não cometeu nunca nem mesmo um pecado venial deliberado”. É proposto como modelo, não somente para os noviços mas também aos religiosos professos e avançados nos anos. Que coisa será deste adolescente assim bom, assim valoroso? Repentinamente numa manhã, sonhos e esperanças são rescindidos brutalmente. É aurora de 27 de fevereiro de 1897, dia no aniversário de morte de São Gabriel da Virgem das Dores. Levantando-se para a oração, Galileo sente tonteira e o sangue que lhe sai da boca. L’ETISIA galopante já o contagiou.
Viverá ainda pouco mais de dois meses, serão dias de calvário e de dores atrozes vividos com fortaleza. Mais do que poderia suportar um rapaz de quatorze anos. Diante dele, também os mais velhos são tomados de admiração e estupor. O superior geral, o beato Bernardo Silvestrelli, conhece muito bem Galileo; informado da sua doença, escreve preocupado ao mestre, sugerindo de avaliar a oportunidade de fazê-lo retornar à familía por um breve período, esperando que o ambiente de casa faça o milagre esperado por todos. “Por caridade, diz Galileo quando lhe falam, não me façam estes discursos; me sacrifiquei a Deus e quero que o sacrifício seja completo; vivo ou morto quero ser todo seu”. Aceita, porém de boa vontade, transferir-se de Lucca a Monte Argentario (Grosseto), na primeira casa da Congregação santificada da preseça do fundador São Paulo da Cruz. Uma viagem dolorosa: Já incapaz de manter-se em pé, é levado amorosamente nos braços ou sentado em uma cadeira.
Todos rezam para a sua cura, a começar pelos superiores que conduzem uma novena à Virgem Maria; também a ele dizem para rezar e escrever à virgem para pedir a graça. Galileu escreve simplesmente: “Minha mamãe, eu estou doente, ninguém me pode curar senão vocês. Curem-me, portanto se é para a maior glória de Deus e para o bem da minha alma”. Os coirmãos se alternam entorno ao seu leito, tornando um altar: o mais jovem filho da Congregação está morrendo santamente e oferecendo a todos o exemplo, não somente de resignação, mas também de alegria. “Vamos à escola”, diz um religioso quando deve visitar o doente.
Na estraçalhante doença que está comendo o seu corpo adolescente, Galileo conserva um sorriso do céu. Ouvem-no rezar: “Senhor, faça crescer as minhas dores, mas faça crescer também a graça... Seja feita a vontade de Deus. Ave Maria, Ave Maria”. “Estou compondo versos”, responde um dia, a quem pergunta o que ele estava pensando. Quais versos? E Galileo responde com voz trêmula, mas clara: “O sofrer por amor não é dor – que se é sofrer se sente – amável o torna o puro amor”. Sofrer por amor: aqui é o segredo. A mãe corre para abraçá-lo pela última vez. Galileo lhe pergunta, se o pai e o tio fizeram a páscoa e depois lhe confia uma mensagem para os familiares: “Não chorem porque vou ver a mãe do céu; não chorem, eu vou ao paraíso”. O enfermeiro, muitas vezes, deve sair para dar livre espaço ao seu choro.
Mesmo não tendo a idade requerida, com uma faculdade consedida pelo superior geral, Galileo emite a profissão religiosa: é finalmente passionista. Chama sempre afetuosamente o fundador de “meu Paizão”. Antes de receber a Eucaristia, pela última vez, pede para ser deixado sozinho: se abisma na meditação do amor de Deus. Junto a Jesus está pronto a deixar a terra. “É bonito morrer assim”, diz ao sacerdote que o assiste: Quer que fechem as portas e que acendam as velas sobre o altar perto do seu leito. “É um dia de festa, vou ao paraíso”, explica aos presentes. “Os santos! Os santos!”, exclama. Galileo estende os braços, aperta na mão direita a imagem da Virgem Maria e sorri bem aventurado. São três horas do dia 13 de maio de 1897.
Os presentes, quando se retornam do estupor, percebem que Galileo já foi ao paraíso. O rosto é aquele de sempre: sereno e sorridente. No entanto, um surpreendente perfume de lírios preenche o quarto. Um problema, o velório. Um problema manter longe tanta gente. É morto de tuberculose pulmonar, mas todos o querem beijar. “É um santo, dizem, e o contato com os santos pode fazer somente o bem”.
João Paulo II o declara venerável no dia 27 de novembro de 1981. Venerável, isto é, heróico. Um adolescente. Galileo viveu quartoze anos, dez meses, vinte seis dias: o tempo de uma manhã. Mas tem todas as cartas da regra para subir aos altares.


Oração


Trindade Santíssima, Pai, Filho e Espírito Santo, vos adoro prostrado no meu nada e humilhado na minha miséria. Peço-vos de glorificar na Santa Igreja o vosso fiel adorador o Venerável Galileo, concedendo-me pela sua intercessão todos os dons necessários ou úteis à minha salvação, especialmente a graça particular que humildemente e com confiança vos imploro (Pede-se a graça que se deseja). Venerável Gerardo, rogai por nós!
1 Pai Nosso / 3 Aves – Maria /1 Gloria ao Pai

Autor: Pe. Pierluigi Di Eugenio, CP.
Tradução: Rel. Aurélio Miranda, CP.
Correção: Maria Gonçalves de Assis (Tia Lili)
Organização: Pe. Alex Antonio Favarato, CP – Reitor do Santuário São Paulo da Cruz.

Venerável Galileo Nicolini, rogai por nós!!!